Impossível

Terminei o 12º ano na área de letras com uma média de 17. Tinha como ambição ser Psicóloga, Arqueóloga, Jornalista ou Advogada.

A vida trocou-me as voltas (não troca sempre?).

O meu avô adoeceu gravemente com uma fibrose pulmonar e eu resolvi não ir para a faculdade esse ano, para ajudar a minha avó a tratar do meu avô.
Nesses meses que tratei do meu avô descobri uma vocação. Quis ser útil para com outras pessoas e fazer a diferença numa altura tão difícil para as pessoas, que é quando estão doentes.
Sem ter coragem para lidar com o sofrimento diário com que lidam os enfermeiros (essa profissão tão nobre e dura), resolvi ser técnica de análises clínicas e saúde pública.

Impossível! disseram. amigos e professores diziam que eu tinha endoidecido. a minha avó, a minha mãe e o meu marido (na altura namorado) apoiaram-me. Estudei, concorri e entrei.

Nunca vais terminar o curso! disseram. Sem bases de matemática e química vai ser impossível! Consegui terminar o bacharelato sem nunca chumbar a nada.

Já com 3 filhos quis fazer a licenciatura. Impossível! Como vais conseguir? E consegui. Aliás foi o ano lectivo mais fácil da minha vida.  tinha de estudar. não me podia dar ao luxo de chumbar nada. não podia pagar 2as épocas!

Em Setembro passado, farta de viver  num corpo que não era o meu, resolvi entrar para um ginásio e mudar a minha alimentação. Quando disse a amigas e colegas que queria perder 17 quilos tornaram-me a dizer: Impossível. Nunca vais conseguir ter esse peso.

Ainda não consegui ter o meu peso ideal. Ainda não vivo no corpo que queria. Neste momento já perdi 14 quilos. Estou quase, quase lá e tenho a certeza que é possível.

Aliás, hoje tenho a certeza que tudo é possível. basta querer. basta acreditar. basta tentar.

Há muitos anos registei esta frase na minha memória, não sei de quem é, mas tornou-se uma espécie de mantra para mim. Aqui vai:

"A impossibilidade é a desculpa dos incapazes".