terça-feira, 9 de maio de 2017

Tortura infantil

Eu: -Margarida, o pai já te penteou?

Filhota mais nova: - Sim, mas eu tenho uma outra palavra para isso - tortura!

domingo, 7 de maio de 2017

Maxi. O German Boy

Sei que já há algum (demasiado) tempo que não escrevo. Se algum dia tive alguns leitores já se fartaram de esperar por mim há muito… Espero sinceramente que me perdoem e regressem.

Hoje tenho de escrever! Rebento se não escrever. Para desabafar, para partilhar.

O ano passado, andava o meu filho mais velho no 11º ano e tinha 17 anos, fomos contactados por um professor da escola para participar num programa ERASMUS+ "SELFY - Save earth's life for youth", no qual ele iria para a casa de um menino alemão em Munique. Imediatamente respondi que não. Nem pensar! 9 dias para casa de gente desconhecida? Nem pensar! E depois como era? Como é que ele se desenrascava sem nós? E a comida? E onde é que dormia? E se não o tratassem bem? E depois (ainda para mais) tínhamos de receber cá em casa o tal menino desconhecido Alemão. Estava fora de questão.

O ditoso professor veio cá a casa e pediu, por favor, para o deixarmos ir. Era uma experiência única (dizia ele), iria mudá-lo na certa para melhor. Pronto. Ok. Com o coração apertadinho em Novembro de 2016, já no 12º ano, lá o deixámos ir.

Adorou! Correu tudo bem. Comeu bem. Dormiu bem. E gostou muito da família que o acolheu. São a vossa versão em Alemão disse ele. E de facto vinha mudado. Ele que não é nada nem de beijos, nem de abraços, tinha, genuinamente, saudades nossas. Sentiu a falta dos mimos dos seus portugueses pais galinhas.

Depois faltava a segunda parte. Tínhamos de receber o tal menino desconhecido. E assim foi. chegou no passado dia 30 de Abril o Maxi. O German boy.

Caladinho, meio tímido (tal como seria de esperar) e a respirar Alemanha por todos os poros. De facto, a vida surpreende em cada esquina. Surpreendeu-nos a todos pela sua (boa) educação e pela sua independência. Um menino muito doce e curioso que nos encheu de perguntas. A primeira vez que chegou percebeu que nos descalçávamos à porta e nunca mais entrou calçado dentro de casa (estou sempre a ralhar com os meus miúdos por entrarem calçados em casa). Nas compras olhava sempre para as etiquetas para ver de onde eram os produtos e se eram de origem de países que utilizavam mão de obra infantil ou não justa.

Fez-nos olhar para nós próprios com um olhar mais crítico, como se fosse pela 1ª vez.  Nós Portugueses passamos a vida sentados à mesa (se ele cá ficasse mais algum tempo acho que saía daqui a rebolar), falamos demasiado alto e somos demasiado intrusivos na vida uns dos outros (quer em casa quer lá fora). Foi com algum esforço, confesso, que não entrei no quarto, que lhe destinei, desde que chegou até que partiu.

Hoje fomos levá-lo e dei-lhe um abraço muito apertado. Ficámos de lágrimas nos olhos, eu e o meu marido. Nestes 8 dias aprendi imenso sobre mim própria e sobre os outros. A capacidade que temos enquanto seres humanos de aceitar as diferenças e de mesmo assim, amar só porque sim. Aceitou-nos a nós e nós aceitámo-lo a ele. Faz parte da nossa família. Para sempre.

Deixou-nos um recado com a sua morada e a dizer “Thanks for your hearthwarming welcome”. Também ele levou a nossa morada e, principalmente, parte dos nossos corações.

Bye Maxi, bye German Boy, bye German Team.


I hope I'll see you soon

Vais estar para sempre no meu coração.

Thank you!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

E se me acontecer alguma coisa?




Para uma pessoa que escreve com a alma nos dedos, tenho muita dificuldade em falar sobre certos assuntos. Não sei explicar, não é que não tenha vontade de falar, mas as palavras morrem-me na garganta. Não saiem. Por isso escrevo!

Nem sei porque me lembrei disto hoje, talvez seja das limpezas e do cansaço, mas pronto lembrei-me e o melhor mesmo é exorcizar... Um assunto que me atormenta, e, acredito, que atormenta todas as mães, é pensar o que seria dos meus filhos se me acontecesse alguma coisa (a mim e ao pai, claro!).

Às vezes em conversa com amigas, quando o assunto vem à baila, dizem-me: "Não te preocupes, os teus filhos já são crescidos! Qualquer pessoa tomava conta deles".

Não posso estar mais em desacordo. Quando são bebés qualquer pessoa cuida. O bebé faz-se à pessoa e a pessoa faz-se ao bebé. Quanto mais crescidos pior. Penso que seja um pouco como as adopções.

É que quando são pequenos a preocupação é alimentá-los, mantê-los saudáveis, felizes e mimá-los... pouco mais! À medida que vão crescendo, a todas estas tarefas acresce aturar o mau humor, más respostas e telhas. Aturar má notas e preguicites agudas. A desarrumação e a falta de vontade de colaborar nas tarefas de casa. A lista é infindável e a idade do armário dura uma eternidade! Só mesmo mãe e pai é que tem paciência!

E depois acresce a isso tudo serem três! Não suportaria que os separassem.

É mesmo só um desabafo e posso sempre culpar o adiantado da hora!


quinta-feira, 21 de julho de 2016

Pinturas de Verão: Dia 2







Por aqui continuamos em modo caótico, a mandar já para o lado do catastrófico. Estas imagens são do quarto do meu filhotemaisvelho!

Pinturas é mesmo assim. Estou sempre a dizer que não me metro noutra, mas chega o Verão e pimbas! As minhas costelas alentejanas bradam por mim e não resisto, tenho de me atirar às paredes. 

Este ano decidimos contratar pintores para fazerem o trabalho por nós, achando que seria mais fácil. Mais fácil até é, contudo o trabalho duro sobra sempre para nós (limpar, arrumar e ... aproveitar para destralhar).

As pinturas não têm corrido conforme o esperado, era suposto ser um dia e já vamos no segundo e amanhã, ainda, voltam novamente. Espero, mesmo, que amanhã terminem.

'Vó, ias ficar orgulhosa de mim! Até limpei os estores!




quarta-feira, 20 de julho de 2016

Pinturas de Verão: Dia 1




Detesto ter a casa desarrumada. Deixa-me profundamente maldisposta chegar a casa e esta estar desarrumada. (Existe coisa melhor que chegar a casa e estar tudo nos sítios e um cheirinho a limpeza no ar?) O esposomarido diz que é porque a minha avó me deixou mal habituada. Era dona de casa a tempo inteiro e tinha tudo sempre impecável. Será? Talvez!

Confesso que não sou a pessoa mais arrumada do mundo. Casei-me com uma pessoa ainda mais desarrumada que eu. Tenho três filhos mais desarrumados que nós os dois juntos. E tenho uma gata que larga pêlo por todo o lado. Tudo isto junto e podem imaginar o resultado: uma Patricinha, constantemente, à beira de um ataque de nervos.

O meu dia-a-dia já é suficientemente caótico para testar a minha sanidade mental, mas estou em pinturas! Tenho a casa toda revirada! Vou só ali arrancar os cabelos e já volto!


terça-feira, 19 de julho de 2016

Sobre as marcas que me marcam


Por vezes pergunto ao meu marido: "Achas-me bonita?". Ele responde sempre: "Linda!". Eu nunca acreditei.

Tive 3 filhos. Engordei desmesuradamente na gravidez do primeiro (30 Kg), assim-assim do segundo (18 Kg) e o normal da mais nova (12 Kg). Nasceram todos de cesariana. Tenho-os bem marcados na minha vida, no meu coração e no meu corpo. Nunca aceitei as marcas que ficaram das gravidezes.

A primeira vez que me vi ao espelho depois de ter tido o meu filhotemaisvelho chorei. Sabem aquelas lágrimas silenciosas que nascem do fundo da alma e escorrem cara abaixo? Foram dessas. Fiquei pura e simplesmente devastada. Achei que ia ficar assim para sempre... O aspecto inicial foi melhorando mas das estrias e da pele flácida ninguém me livrou.

Durante muito tempo pensei em cirurgia plástica. Nunca avancei por medo. Contudo, desde que comecei a treinar tenho visto o meu corpo mudar lentamente. Ás vezes demasiado lentamente, mas a mudar. Sei que tenho um longo caminho a percorrer, mas já aprendi a aceitar-me como sou. Mesmo com todas as minhas marcas. Fazem parte de mim e daquilo que sou. Do caminho que já percorri.

Não quer dizer que não pense numa cirurgia no futuro, mas, para já, fiz as pazes comigo. Fiz as pazes com o meu corpo.


Lugares felizes e fim-de-semana
















Este fim-de-semana foi curto. muito curto mesmo. trabalhei demais e sobrou tempo a menos. mas, nesta minha demanda por ser feliz, estou decidida a aproveitar tudo o que a vida me dá, da melhor maneira.

Sábado fizemos uma sardinhada para o almoço (desculpem, mas não há fotos) e Domingo fui a um dos meu "lugares felizes": Praia dos Coelhos - Arrábida.